quinta-feira, 16 de junho de 2011

Filarideos


Família Dipetanolematidae
Gêneros Onchocerca, Dirofilaria e Dipetanolema

Família Stephanofilaridae
Gêneros Setaria e Stephanofilaria
            
 Todos esses são parasitos de mamíferos e não provocam zoonoses. todos são filiformes delgados, de sexos separados, extremidade anterior não muito decorada. Têm esôfago, a abertura genital da fêmea fica na parte anterior do corpo. Todos os filarídeos não depositam ovos, e sim microfilárias (indivíduos filiformes alongados (L1)). São vivíparos. O macho tem extremidade posterior com espículos. Todos eles exigem hospedeiro intermediário, que são invertebrados: artrópodes hematófagos fêmeas.
           
            CICLO:
O hospedeiro definitivo tem o parasito adulto. Após a cópula eles produzem microfilária (L1). Ela circula através do sangue ou da linfa, ou permanece nos espaços intracelulares.

Ao exercer o hematofagismo sobre os mamíferos, o hospedeiro intermediário ingere a microfilária. Ela é capaz de usar suas enzimas digestivas e atravessar o intestino do hospedeiro invertebrado. As enzimas digestivas das microfilárias ingeridas são capazes de fazê-las atravessar antes da formação da membrana peritrófica, e ela chega então à cavidade geral do animal. Ali ela passa a L2, e essa a L3, que é a forma infectante (de L1 a L3 leva de 10 a 14 dias).

Quando se tem a L3 formada ela migra para a região anterior e chega nas peças bucais (nunca vão para as glândulas salivares). Quando o invaertebrado hematófago faz o segundo repasto sanguíneo as formas L3 não são inoculadas no hospedeiro definitivo, mas elas caem na sua pele e penetram pelo orifício que o inseto deixa quando ele exerce o hematofagismo. Ou seja, a infecção não é por inoculação, mas sim por contaminação. Assim ocorrendo, no hospedeiro definitivo, L3 alcança os vasos (sanguíneos ou linfáticos), ou até mesmo no local de penetração, ela passa a L4, L5 e adulto.
           
O período pré patente varia de 2 a 6 meses, variando de hospedeiro para hospedeiro.
           
Tanto os vermes adultos como as microfilárias têm período de longevidade sobre o hospedeiro, e esse período pode chegar a anos.
            Forma de transmissão sem envolver hospedeiro intermediário: microfilárias passam direto da mãe gestante para o feto.
           
Com relação aos adultos, a espécie mais patogênica é a Dirofilaria immitis. Esse parasito ocorre no coração direito e artérias pulmonares. Os machos medem de 10 a 16cm e as fêmeas de 26 a 30cm. Sua ação lesiva é, sobretudo, mecânica.

As outras espécies: Setaria cervi e Setaria bovis ocorre em ligamentos da cavidade abdominal e ligamentos pleurais de bovinos; os adultos são pouco patogênicos. Dipetalonema reconditum e Stephanofilaria stilesi  ocorrem em tecido subcutâneo e têm uma pequena ação patogênica. Em compensação as larvas de todos eles, sobretudo a forma de microfilçária, podem ser fatais, podendo alcançar pequenos vasos, causar isquemia, necrose e até a morte. Podem causar dermatites, prurido intenso, alergias e vários outros fenômenos desencadeados por antígenos que eles secretados. Os adultos se forem tratados e mortos, podem causar lesões que podes ser fatais; eles perdem a mobilidade e são levados através dos vasos, acabam se transformando em êmbolos, e para evitar que isso aconteça deve-se retirar todos os parasitos do corpo do hospedeiro.

            PATOGENIA: depende do número de parasitos que estão infectando o hospedeiro.
           
DIROFILARIOSE:
*Agente etiológico: Dirofilaria immitis.
                                 *Principais espécies afetadas: canídeos e felídeos, domésticos e selvagens. É zoonose (nos casos de seres humanos, que são raros, nunca ocorre a microfilária).
*Transmissão: regurgitação de saliva com larvas L3 durante o repasto sanguíneo de insetos hematófagos
*Ciclo: de microfilárias a L3 no hospedeiro intermediário(+/-2 semanas), L3 até microfilárias no hospedeiro definitivo.
Período pré patente é de 6 a 7 meses, e a temperatura influencia o ciclo (abaixo de 14 graus o ciclo é abortado).
*Fatores que favorecem a infecção: idade, comprometimento do sistema imunológico.
*Não influenciam a infecção: tamanho do animal, sexo, comprimento dos pêlos, local onde o animal dorme.
*Epidemiologia: presente em todos os continentes. No Brasil predomina em áreas costeiras.
*Sintomatologia (varia de acordo com o número de parasitos): tosse seca, perda de apetite, cansaço, falta de resistência para exercícios. Em casos graves pode ocorrer hematúria (urina com sangue), hiperemia pulmonar, hepato e espleniomegalia, nódulos citâneos e problemas neurológicos. 85% dos contaminados não apresentam sintomatologia.

Diagnóstico: ELISA é usado para testar antígenos de vermes adultos. Gota espessa e Teste de Knott testam microfilárias. Exames radiológicos auxiliam na visualização do estado da parasitose.

Tratamento: intervenção cirúrgica, dihidrocloridrato de melarsonina(risco de tromboembolismo).

Profilaxia: de acordo com a área de incidência do parasito; medicamentos preventivos; combate aos vetores; realização de testes semestrais.










terça-feira, 24 de maio de 2011

Principais zoonoses bacterianas de pequenos animais domésticos

Principais Zoonoses
Doenças Bacterianas

Doença: Brucelose

Agente etiológico: B. canis
Principais animais envolvidos: Cães
Distribuição conhecida: Cosmopolita
Meios prováveis de transmissão para o homem: Contato direto com excreções ou secreções
Sintomatologia:
Homem: O período de incubação é extremamente variável podendo durar de semanas a cerca de 7 meses.
Infertilidade em fêmeas: decorrência de metrite, retenção de placenta.
Infertilidade em machos: orquite e processos inflamatórios na vesícula seminal e ampolas. Lesões articulares. Lesões cutâneas.
Cão: O período de incubação é extremamente variável podendo durar de semanas a cerca de 7 meses.
Infertilidade em fêmeas: decorrência de metrite, retenção de placenta.
Infertilidade em machos: orquite e processos inflamatórios na vesícula seminal e ampolas.


Doença: Campilobacteriose
Agente etiológico: Campylobacter spp
Principais animais envolvidos: Cães, gatos e vários animais
Distribuição conhecida: Cosmopolita
Meios prováveis de transmissão para o homem: A maioria das espécies parece possuir hospedeiro específico, mas é possível infecção cruzada, geralmente, via contaminação fecal do alimento.
Sintomatologia:
Homem: Geralmente associa-se a outras doenças. No homem o Campylobacter fetus subsp. fetus pode causar infecções intestinais e sistêmicas.
Cão: Geralmente associa-se a outras doenças.
Enterocolite erosiva superficial, pode acompanhar vômito ou tenesmo. Febre geralmente suave ou ausente. Diarréia Crônica.
Gato: Geralmente associa-se a outras doenças.
Enterocolite erosiva superficial,pode acompanhar vômito ou tenesmo. Febre geralmente suave ou ausente. Diarréia Crônica.

Doença: Febre por arranhadura de gato
Agente etiológico: Bacilo não identificado
Principais animais envolvidos: Gatos
Distribuição conhecida: Comum no Hemisfério Norte
Meios prováveis de transmissão para o homem: Arranhaduras, “lambeduras”, mordidas.

Doença: Leptospirose
Agente etiológico: Leptospira spp
Principais animais envolvidos: Cães, animais silvestres (roedores) e raramente os gatos.
Distribuição conhecida: Cosmopolita
Meios prováveis de transmissão para o homem: No homem e na maioria dos animais, pelo contato direto com a urina (principalmente de roedores), tecidos de animais infectados (ou feto abortado), por solo ou por água contaminados
Sintomatologia:
Homem: Fase de leptospiremia: Ocorrem lesões mecânicas em pequenos vasos, causando hemorragias e trombos, que levam à infartes teciduais. A icterícia ocorre principalmente devido à lesão hepática, e não à destruição de hemácias. Há uremia, apresentando hálito de amônia. Este é o quadro agudo da doença no homem. A duração desta fase é de aproximadamente 4 dias.
Fase de leptospirúria: é a fase de imunidade.
Cão: Em cães, a forma mais grave, a hemorrágica, se instala repentinamente com febre por 3 a 4 dias, seguida por rigidez e mialgias nos membros posteriores, hemorragias na cavidade bucal. Em etapa posterior pode haver gastroenterite hemorrágica, icterícia e nefrite aguda. A letalidade é estimada em 10%.
Gato: Em gatos a enfermidade raramente ocorre.

Doença: Doença de Lyme (borreliose)

Agente etiológico: Borrelia
Principais animais envolvidos: Cães e outros
Distribuição conhecida: EUA, Europa e Austrália.
Meios prováveis de transmissão para o homem: Picada de carrapato e possivelmente urina e tecidos
Sintomatologia:
Homem: Lesão cutânea iniciada por uma pequena mácula ou pápula vermelha que aumenta lentamente, tomando uma forma anular. Pode ser única ou múltipla e é denominada de eritema migrans (EM). Pode apresentar manifestações gerais, como mal-estar, febre, cefaléia, rigidez de nuca, mialgias e artralgias. Semanas ou meses após o início do EM, podem surgir manifestações neurológicas precoces, como: meningite asséptica, paralisia facial, mielite e encefalite. Essas manifestações são flutuantes e podem durar meses ou se tornarem crônicas. Distúrbios cardíacos, também, podem aparecer após poucas semanas do EM, como bloqueio atrioventricular, miocardite aguda ou aumento da área cardíaca. Meses após os sintomas inicias, podem surgir edemas articulares, principalmente dos joelhos, que desaparecem e reaparecem durante vários anos. A doença pode ficar latente por longos períodos, após os quais apresenta manifestações neurológicas crônicas tardias, como encefalopatias, polineuropatia ou leucoencefalite.
Cão: Observa-se febre, claudicação desviante, artrite e sintomas nervosos

Doença: Peste bubônica
Agente etiológico: Yersinia pestis
Principais animais envolvidos: Roedores, gatos, cães e outros
Distribuição conhecida: América do Sul e Central, Oeste dos EUA, sudeste da Ásia e África do Sul.
Meios prováveis de transmissão para o homem: Pulgas, carrapatos, contato com animais infectados e inalação.
Sintomatologia:
Homem: Peste bubônica: bubos (linfonodos aumentados, sensíveis e quentes ao toque), hipertermia, arrepios e prostração.
Peste septicêmica: hipertermia, arrepios, prostração, dor abdominal, hemorragia e choque.
Peste pneumônica: hipertermia, arrepios, prostração, tosse, dificuldade respiratória, pneumonia progressiva, que pode causar falência respiratória e morte se não tratada rapidamente.
Cão: Febre suave ou nenhum sinal.
Gato: Abscessos linfonodais, febre alta e septicemia fatal.
Sintomatologia:
Homem: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia.
Cão: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia; portador subclínico.
Gato: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia; portador subclínico.

Doença: Salmonelose
Agente etiológico: Salmonella spp (2.000 sorotipos)
Principais animais envolvidos: Cães, gatos e vários outros animais.
Distribuição conhecida: Cosmopolita
Meios prováveis de transmissão para o homem: Geralmente via ingestão de alimento pouco cozido contaminado com fezes; no manuseio de animais doentes.
Sintomatologia:
Homem: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia.
Cão: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia; portador subclínico.
Gato: Gastroenterite aguda: febre, vômito, diarréia e bacteremia; portador subclínico.

Doença: Yersiniose
Agente etiológico: Yersinia pseudotuberculosis
Principais animais envolvidos: Cães, gatos e diversos animais
Distribuição conhecida: Hemisfério Norte
Meios prováveis de transmissão para o homem: Alimento ou água contaminada por fezes (principalmente humanas)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Carrapatos de importância veterinária - parte I

Carrapatos de importância veterinária

Esse material contém os seguintes carrapatos de duas famílias

Família Argasidae
Argas miniatus
Ornithodorus sp.

Família Ixoidae
Amblyomma cajennense
Rhipicephalus Sanguineus
Rhipicephalus Microplus
Anocentor nitens




Caracteristicas da familia

ARGASIDAE
-         GNATOSSOMA VENTRAL
-         AUSENCIA DE ESCUDO
-         PERITREMA ENTRE O TERCEIRO E O QUARTO PAR DE PATAS
-         POUCO DIMORFISMO SEXUAL
-         DOIS OU MAIS ESTÁGIOS
-         ALIMENTAÇÃO RÁPIDA POR SE DILATAR FACILMENTE (30 MINUTOS)


IXODIDAE
-         GNATOSSOMA ANTERIOR
-         PRESENÇA DE ESCUDO
-         PERITREMA APÓS O QUARTO PAR DE PATAS
-         DIMORFISMO SEXUAL
-         MACHOS POSUEM ESCUDO POR TODO O DORSO
-         FEMEAS POSSUEM ESCUDO APENAS EM UMA PARTE
-         MACHOS POSSUEM PLACAS ADANAIS
-         APENAS UM ESTÁGIO DE NINFA
-         ALIMENTAÃO LENTA, O ESCUDO LIMITA A DILATAÇÃO (4-6 DIAS)


Descrição

Família
-         Argasidae
Gênero
-         Argas
Espécie
-         Argas miniatus (Koch, 1844)


Hospedeiros
-         Aves
§         Causa estresse
§         Crista branca

Transmissor de
            - Borrelia anserina
A Borreliose aviária é uma doença septicêmica aguda, cosmopolita, que acomete diferentes espécies aviárias, sendo causada por Borrelia anserina (Sakharoff, 1891).Esta espiroqueta pode ser encontrada no plasma sangüíneo das aves infectadas durante os estágios iniciais da doença
A borreliose caracteriza-se por
febre, anemia, palidez, cianose, diarréia, penas arrepiadas e prostração, com grande redução
do hematócrito e da hemoglobina corpuscular.

Biologia
hábitos noturnos. Vive nas frestas e buracos dos galinheiros e nos troncos de árvores, saindo à noite para sugar os hospedeiros, voltando aos esconderijos assim que ingurgitados. A cópula ocorre fora do hospedeiro, e a fêmea pode realizar várias posturas sem nova cópula, mas antes, cada postura é precedida de nova sucção

Morfologia
É um “carrapato mole” – não possui escudo dorsal
O corpo possui uma superfície texturizada
A cabeça e os palpos não são evidentes na vista dorsal
Placas espiraculares pequenas localizadas entre as coxas III e IV


Ciclo de vida
(logo)

Fase parasitária
Larvas (5-10 dias) à Protoninfa(30-45 mim) àDeuteroninfa (30-45 mim) àAdulto(30-45mim)

Diagnóstico
Sinais de infestação por carrapatos em galinhas e perus incluem penas arrepiadas, baixo
apetite e diarréia, mortalidade alta 1ºs dias de vida, anemia fatal, congestão cutânea,
emagrecimento, fraqueza, crescimento e produção reduzidos.

Controle
De difícil controle
Quarentena de novos animais
Inativação do plantel


Família
            - Argasidae
Gênero
            -Orithodorus
Espécie
            - Ornithodorus sp

Hospedeiros
            -Variados
            - Morcegos

Transmissor de
            - Febre recorrente
            - Raiva

Biologia
Escondem-se em cavernas e buracos
Podem habitar estábulos
São reservatórios da Febre Recorrente
Ampla gama de hospedeiros

Morfologia
É um “carrapato mole” – não possui escudo dorsal
Gnatossoma ventral

Ciclo de vida
Sobrevive 5 anos sem se alimentar

Diagnóstico

Controle
Carrapaticidas



Família
            - Ixodidae

Gênero
            -Amblyomma

Espécie
            - Amblyomma cajennense

Hospedeiros

            - Não tem especificidade, mas desenvolve-se bem em eqüinos
            - pode parasitar humanos

Transmissor de
            - A febre maculosa, também chamada de febre do carrapato é uma doença febril aguda , de gravidade variável, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii
            - babesiose eqüina também conhecida como piroplasmose ou nutaliose eqüina, uma doença produzida por protozoários (Babesia equi e Babesia caballi)

Biologia
            - Clima quente
            - Trioxeno
            - mudas são feitas fora dos hospedeiros

Morfologia
-         Rostro longo
-         2 tarso do palpo bem grande
-         Escudo ornamentado
-         11 (onze) festões
-         Peritrema triangular

           
Ciclo de vida
Larvas: Abril - Maio
Ninfas: Julho – Agosto
Adulto: Novembro – Março


Diagnóstico
            - Visualização dos parasitas

Controle:
            - Banhos de carrapaticidas (ivermectina): 5 banhos mensais
            - separar os eqüinos da criação
            - carrapaticidas apenas de marça a novembro quando predominam as fases de larva e ninfa, de novembro a março apenas cataçao de teleoginas


                       

-
                       
continua...

terça-feira, 15 de março de 2011

Fisiologia - Músculo

01. Tipos de músculos quanto à função
- Músculo estriado esquelético
- Músculo estriado cardíaco
- Músculo liso: forma, movimento, mantêm as dimensões do órgão

02. Estrutura do aparelho contrátil no músculo esquelético
Miofibrilas formadas por filamentos grossos e delgados
Miofibrilas formam sarcômeros (unidade básica contrátil)



03. Citoesqueleto
Unem as duas tramas de filamentos grossos e delgados em uma geometria miofibrilar precisa no sarcômero e também filamentos intermediários que ligam os sarcômeros das miofibrilas adjacentes
Elementos principais: titina e nebulina

Titina:
- ligam elementos transversais do citoesqueleto a partir da trama do filamento grosso
- Pode atuar como modelo para a formaçao do filamento grosso

Nebulina:
- cada filamento delgado tem uma única moléculas longa de nebulina que estabelece o comprimento de 1,05 μm
- parece ser ausente em M. cardíaco e M. liso

0.4 Filamentos delgados
- Componentes ubíquos (universal) em todas as células nucleadas
- duas proteínas principais: actina e tropomiosina
- Actina: polimeriza-se no citoplasma, massa de 43.000 dáltons, forma filamentos com duas cadeias em trança.
- Tropomiosina: forma de bastão, dois peptídeos com forma estrutural em α-hélice estão enrolados formando uma super-hélice longa, rígida e insolúvel

Organização
- Os filamentos delgados estão ancorados no disco Z, por serem moléculas polares encontram-se apontando para direções opostas formando uma estrutura hexagnal em torno de cada filamento grosso

0.5 Filamentos grossos
- 470.000 dáltons
- miosina
- única molécula de titina em cada metade do filamento
- seis polipeptídios diferentes
- um par de cadeias grandes e pesadas em forma de bastão com duas estruturas em α-hélice formando uma super-hélice, na extremidade de cada cadeia uma estrutura globular terciária, formando duas “cabeças”
- um par de cadeias leves associados com a molécula de miosina
-Tripsina e papaína podem clivar a miosina

0.6 Interações entre pontes cruzadas
- Miosina pode catalisar a hidrolise de trifosfato adenosina (ATP) para produzir difosfato adenosina (ADP) e fósforo inorgânico (P i) no entanto a ATPase é inibida pela alta concentração de magnésio na célula
- músculo relaxado: actina e miosina não interagem
- Com a estimulação de íons Ca++  ATP, ADP + P se ligam à cabeça de miosina aumentando sua afinidade pela atctina
- Com a liberação de ADP + P e interaão de ATP a afinidade diminui
- A dissociação de ATP em ADP + P causa a dissociação da miosina e actina
- Os produtos ADP+P permanecem ligados à miosina que esta agora com alto valor energético e alta afinidade renovada


0.7 Ciclo das pontes cruzadas e contração
- A transdução quimiomecânica envolve mudanças conformacionais nas pontes cruzadas produzindo encurtamento do filamento e produção de força
- no músculo em repouso actina e miosina n estão ligadas
- a cabeça se liga à actina numa conformação de 90º
-quando ADP e P são liberados a cabeça de miosina muda sua conformação para 45º causando interdigitação entre os filamentos grosso e delgados
- o complexo AM tem alta afinidade por ATP, e essa ligação causa o desligamento da ponte cruzada
- a hidrolise do ATP causa mudança conformacional da cabeça de miosina para 90º favorecendo a ligação com a actina
- o movimento resultante é igual a 10 nm e a força gerada é de 3-5 Tera newtons



0.8 Biofísica do sistema contrátil
Relação força-comprimento e o mecanismo de deslizamento do filamento
- Filamentos grossos e delgados aumento sua sobreposição durante a contração
- A geração da forma depende do comprimento do músculo
- Contração isométrica: contração em comprimento constante
- Tensão (força/ área): proporcionais ao numero de pontes cruzadas atuando



0.9 Relações velocidade-tensão e ciclo de contração
- Contração Isotônica: contração mantida sob carga constante
- A velocidade de contraçao depende do numero de sarcômeros da cérli

Tipos Contrações Musculares
- Isométrica: não altera comprimento
- Isotônica: altera comprimento
- Isocinética: Velocidade de encurtamento do músculo permanece constante



















Fisiologia do Berne e Levy, 4ª Edição pág 255-266





sexta-feira, 11 de março de 2011

Microbiologia

            Morfologia bacteriana
Resumo da aula de Simone Gonçalvez 11/03/2011 - parte I


            Fatores de predispõe à infecção
- Imunossupressão
- Trauma; corte
- Migração (microbiota normal/anormal)
- Hospedeiro compatível

            Morfologia
- Tamanho: 100nm – 1 um

Bactérias excepcionalmente grandes:
                                                                       Epulopiscium fischelsoni        300 – 600 um
                                                                       Thiomargarita namibinsis      100 -300 mm

            Tamanho/forma/arranjo
Coco
Diplococo
Vibrião
Bacilo
Estreptococo
Estafilococo
Sarcina
Espiroqueta
Espirilo
Estreptobacilo (raro)

         



 Genoma
DNA fita dupla, circular
Disperso no citoplasma
Ocupa 20% do citoplasma

            Plasmídeo
Pequena fita de DNA de fita dupla circular e extracromossomial
Pode haver um ou vários plasmídeos, iguais ou diferentes na mesma bactéria
1 a 5% do genoma
Informações genéticas adicionais
Fator R (resistência a antibióticos)
Fator F (pili sexual)
Codificação e síntese de bacteriocinas
Codificação de síntese de toxinas

Conjugação
Transformação
Transdução (bacteriófago)

            Ribossomos
70S

            Membrana citoplasmática
Bicamada fosfolipdica
Entremeada por proteínas globulares
Papel na respiração e forforilaçao oxidativa
Peptideoglicano e lipídeos complexos
Síntese e excreção de enzimas e toxinas
Retenção de metabólicos e exclusão de compostos
Permeases

quinta-feira, 10 de março de 2011

Doenças Causadas pelo gênero Staphylococcus em Cães e Gatos

Staphylococcus intermedius é comunmente isolada em piorderma, otite externa e outras doenças supurativas, incluindo mastite, endometrite, cistite, osteomielite e infecçoes em feridas. Ocasionamente doenças supurativas semelhantes podem ser causadas por Staphylococcus aureus

Piodermites

O patógeno cutâneo de maior importância nas infecções bacterianas de cães é o Staphylococcus intermedius, por ser a bactéria da microbiota bacteriana residente da pele que tem maior facilidade de multiplicação quando “espaços” são criados por alterações populacionais de outras bactérias ou fungos. 

Tratamento tópico
O tratamento tópico visa remover os restos celulares e reduzir população bacteriana superficial. Os xampus antibacterianos são muito eficientes, os gentes mais comumente utilizados incluem clorexidina, peróxido de benzoíla, igarsan ou triclorfon e iodo povidona.

 A escolha do produto a ser utilizado depende das condições da pele do animal. O peróxido de benzoíla deve ser evitado em pele potencialmente irritada, podendo ser utilizada como segunda alternativa à clorexidina ou triclorfon/igarsan.

Dentre os princípios citados o peróxido de benzoíla pode ser utilizado em concentrações de 2,5 a 3,5% na pele, sendo que é o tratamento de escolha em piodermites mais profundas. Este princípio ainda pode ser utilizado à 5%, mas exclusivamente em infecções de calos de apoio, pois nesta concentração será muito irritante para o resto da superfície corpórea.

Quanto ao clorexidine, este pode ser aplicado em xampus com concentrações que variam de 0,5 a 4%, sendo mais eficiente na sua concentração de 3%.

· Tratamento sistêmico

A terapia sistêmica é necessária para o sucesso do tratamento da maior parte das piodermites e deve ser mantido por um período após ausência das lesões.
A escolha do antibiótico geralmente é empírica e deve ter ação principalmente contra Staphylococcus intermedius.

Em muitos estudos em diferentes regiões do mundo as culturas de S. intermedius, são praticamente uniformes, revelando praticamente a mesma sensibilidade (90% de eficácia) às várias fluorquinolonas e cefalosporinas, além de amoxacilina e ácido clavulônico e oxacilina. Na opinião do autor, a cefalexina na dose de 30 mg/kg, têm se mostrado mais eficiente.

Segundo Scott (2001) a enrofloxacina pode ser duas a quatro vezes mais eficiente que a difloxacina e marbofloxacina.

Outros antibióticos que podem ser utilizados (70% de eficácia) incluem eritromicina, azitromicina e lincomicina (70% de eficácia), sulfadimetoxina-ormetoprim, sulfametoxazol-trimetoprim e cloranfenicol. O emprego de antibióticos como: penicilina, ampicilina, tetraciclina, sulfonamidas não potencializadas e amoxacilina deve ser evitado, devido à sua ação restrita.

Alguns pesquisadores preferem indicar que o tratamento seja efetuado até a cura clínica do animal e que posteriormente, seja prorrogado por mais 7 dias em casos de piodermites superficiais e por mais 14 dias em piodermites profundas.

Deve-se ressaltar, que esta quantidade de dias é indicada para todos os antibióticos supracitados, incluindo a azitromicina (70% de eficácia) que muitas vezes é utilizada por 3-5 dias, fato que poderia resolver uma pidermite em seres humanos, não ocorrendo o mesmo em cães, mormente com quadros profundos. O tratamento pode ser realizado com a associação de terapia tópica e sistêmica, sendo que a tópica, principalmente aquela representada pelos banhos, irá auxiliar intensamente na recuperação do paciente, além de proporcionar a diminuição do período do uso de antibióticos sistêmicos.




Referências bibliográficas

1 - AUCOIN, D.P. Uso da enrofloxacina em infecções crônicas envolvendo Staphylococcus intermedius ou Pseudomonas aeruginosa. Previnindo o aparecimento de resistências. A Hora Veterinária, ano 14, n. 80, p.25-27, 1994.
2 - DEMANUELLE, T.C.; IHRKE, P.J.; BRAND, C.M.; KASS, P.H.; VULLIET, P.R. Determination of skin concentrations of enrofloxacin in dogs with pyoderma. Am. J. Vet. Res., .59, p.1599-1604, 1998.

3- GRIFFIN, C.E.; KWOCHKA, K.W.; MACDONALD, J.M. Current veterinary dermatology.
Missouri: Mosby year book, 1993, 378p.

4 - KOCH, H.J.; PETERS, S. O uso da enrofloxacina em cães com infecções cutâneas bacterianas (pioderma).
A Hora Veterinária, ano 14, n. 81, p.33-39, 1994.
5 -ELLERIN, J.L.; BOURDEAU, P.; SEBBAG, H.; PERSON, J.M. Epidemiosurveillance of antimicrobial compound resistance of Staphylococcus intermedius clinical isolates from canine pyodermas. Comp. Immun., Microb & Infec. Dise. 21, p.115-133, 1998.

6 - ROSSER Jr., E.J. German Shepherd Dog Pyoderma: A Prospective Study of 12 Dogs. J. Am.
Anim. Hosp. Assoc., 33, p.355-363, 1997.

7 - SCOTT, D.W.; MILLER Jr., W.H.; GRIFFIN, C.E. Dermatologia dos pequenos animais.
Interlivros, 5 ed., p.256-300, 1995, 1130 p.

8 - SCOTT, D.W.; MILLER Jr.,W.H.; GRIFFIN, C.G. Small animal dermatology. Philadelphia: Saunders, 2001. 1528p.

9 -WILKINSON, G.T; HARVEY, R.G. Small Animal Dermatology – a guide to diagnosis.
2a ed. London, Mosby-Wolf Publishing, 1994, 304p


10 -QUINN, P. J, MARKEY, B. K., CARTER, M.E. , DONNELLY, W.J., LEONARD, F.C. Microbiologia Veterinária e Doenças Infecciosas, 1ª , ed. ARTMED. 2005.
42-60
.

Gênero Staphilococcus

Gram positivo
Formato de cacho de uva (staphylé é a palavra
em grego para cacho de uvas).
Comensais na pele de animais e na de humanos. Também encontradas em membranas mucosas do trato respiratório superior e urogenital inferior e como transitórios no trato digestivo
 


Caracteristicas coloniais
Colonias brancas, opacas com mais de 4 mm de diametro
A linhagem S. Aureus de bovinos e humanos possui colônias amarelo douradas




Cultivo e Identificaçao


Hemolise em hagar sangue bovino ou ovino  4 Hemolisinhas: Alfa, beta, gama e delta
As hemolisinas funcionam como toxinas no in vivo
S. Aureus e S. intermedius geralmente produzem hemolisinas Alfa e Beta
A alfa-hemolisina causa hemólise completa
A beta-hemolisina causa hemólise incompleta


Teste de coagulase em lamina e tubo 
Uma suspensão de bactérias é misturada á plasma de coelho em uma lamina
ou tubo de ensaio
O fibrinogênio do plasma do coelho é transformada em fibrina pela coagulase

Testes bioquimicos para difenrenciar S. Aureus de S. intermedius



Teste rápido para detecçao de acetoína Ágar purpura, contendo purpura de bromocresolcomo indicador de pH e
1% de maltose, a S. Aureus fermeta maltose, acidificando o meio e as colonias
 ficam amarelas enquanto a S. Intermedius fermenta pouco a maltose, não
 acidificando o meio e mantendo a cor púrpura


Métodos bioquímicos comercialmente disponíveis


Métodos moleculares como PCR
Patogenese e patogenicidade
Piogenicas, causam lesões supurativas
Pequenos traumas e imunosupressão podem predispor seu desenvolvimento

Virulência
Características estruturais: Cápsula polissácaridea, acido teicóico, proteína A interferem na opsonizaçao e conseqüente fagositose

Tabela com fatores de patogenicidade
Procedimentos diagnósticos
Exudato de lesões e leite
Esfregaços de pus corados por GRAM
Cultivo em ágar-sangue, ágar-sangue seletivo (inibidores do gênero Proteus) e ágar MacConkey

Antibioticos de uso
Meticilina: Staphylococcus aureus
Vancomicina: Staphylococcus aureus meticilina-resistentes
Eritromicina : Staphylococcus aureus /cromossomal
B-lactamicos: Staphylococcus aureus
Clorafenicol: Staphylococcus aureus




QUINN, P. J, MARKEY, B. K., CARTER, M.E. , DONNELLY, W.J., LEONARD, F.C. Microbiologia Veterinária e Doenças Infecciosas, 1ª , ed. ARTMED. 2005.
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